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martedì 17 novembre 2020

Os EUA terão que mudar sua atitude em relação ao comércio para mudar sua política externa

 O presidente eleito dos EUA, Biden, terá que proteger a política comercial de seu antecessor, que também teve impacto na política externa americana. Na era da globalização, dividir o comércio da política externa é anacrônico, porque os dois fatores caminham cada vez mais juntos. Principalmente em um cenário mundial em que os contrastes se resolvem cada vez mais sem recorrer às guerras, que ficam em último lugar ou em cenários secundários, a competição comercial, como instrumento de afirmação econômica e, portanto, política, torna-se o teatro estratégico para determinar a supremacia e vantagens. Trump nunca entendeu esse ponto focal, que caracteriza as conquistas da política externa globalmente; fechado em sua estratégia isolacionista, o ex-presidente norte-americano conduziu uma política míope, composta de tarifas sobre as importações, não seletivas do ponto de vista político: para beneficiar os produtos americanos, conduziu uma luta indiscriminada contra adversários e aliados, que produziu prejuízos políticos tanto no campo adverso, como sobretudo no campo amigável. O sucesso que Trump se atribui no campo econômico é na verdade uma mentira, visto que ele aproveitou as medidas legadas por Obama e que seus assessores conseguiram manter atuantes. Para Biden será diferente, principalmente em relação às guerras comerciais que Trump deixará para o novo presidente e que, de alguma forma, terão que ser neutralizadas. Diz-se desde o início da campanha eleitoral que nenhum dos dois contendores poderia ter mudado a atitude em relação à China, isto porque existe uma necessidade contínua de condenar o que é uma ditadura, como, aliás, Pequim repetidamente provado e que um inquilino da Casa Branca do Partido Democrata terá que se destacar ainda mais; entretanto, uma abordagem diferente e mais diplomática pode ser esperada no próximo diálogo entre os EUA e a China, que seja capaz de mitigar o nível do conflito. Mas o verdadeiro ponto crucial é a atitude que Biden vai querer ter com a Europa e a necessidade de recuperar uma relação que seu antecessor se deteriorou consideravelmente. O comportamento de Trump, combinado com a situação gerada pela pandemia, sublinhou como a necessidade de Bruxelas ser cada vez mais autônoma se tornou uma emergência real. Esse fator continuará presente também nas relações com a nova administração americana, ainda que, como se espera, as relações melhorem. Por outro lado, a Europa só pode dar prioridade às relações com os Estados Unidos, sobre as da China, cujos modos ditatoriais internamente e o desrespeito às práticas comerciais corretas com o estrangeiro condicionam as avaliações dos estados. União. Além da convergência na China, os Estados Unidos e a Europa devem partir da consciência de que juntos constituem o mercado mais rico do mundo e este é um fator primordial que pode atuar como motor de ambas as partes. Deve-se considerar também que a China, que vê esse mercado fechado, está tentando criar alternativas, como a recém-assinada, à qual aderem vários países, inclusive da zona ocidental, como Japão e Austrália, além de vários países asiáticos. criou um mercado maior do que o espaço único europeu, mas também o sindicato entre EUA, Canadá e México, somando 40% do comércio global; esta associação não tem constrangimentos políticos e isto representa um factor de fragilidade, mas visa obter uma redução dos direitos aduaneiros de cerca de 90% em vinte anos, integrando também os serviços e bens dos associados. Esse acordo, que destaca a liderança chinesa, foi possível justamente pelo abandono do papel da influência americana no continente asiático. Repetir esse erro com a Europa, mas também com Canadá e México, muitas vezes igualmente maltratados por Trump, pode ser letal para a economia dos Estados Unidos. Do aspecto econômico global ao político, o passo é curto: se Washington enfraquecesse ainda mais seu peso político internacional, seu declínio estaria garantido e qualquer disposição de retomar posições implicaria em um custo financeiro e social muito alto. Melhor desenvolver uma estratégia alternativa e competitiva à China, através do envolvimento de aliados diretos, com ferramentas que proporcionem benefícios comuns, mesmo além dos aspectos econômicos, e a atração nesta órbita de inimigos de Pequim como a Índia; também tentando tirar da China, do ponto de vista comercial, países da órbita ocidental, como Coréia do Sul, Japão, Austrália e Nova Zelândia, que se aproximaram perigosamente de Pequim.

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